Semana Nacional da Familia

Semana Nacional da Familia

sexta-feira, 20 de junho de 2014

4º Simpósio da Família com o tema CAMINHAR COM A LUZ DE CRISTO


O 4º Simpósio Nacional da Família realizado hoje (24) no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida em Aparecida (SP) está recebendo cerca de 2 mil pessoas.

O evento foi aberto pela manhã com a presença do presidente da CNBB, cardeal arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno Assis, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família, dom João Carlos Petrini e o casal coorenador nacional da Pastoral Familiar, Roque Rhoden e Verônica Melz. . 

E a Diocese de Santos representada pelo Casal Coordenador Dioceseno da Comissão Vida e Família Jussara e Genilson, Casal Coordenado Diocesano do ECC Vital e Bebeca, Casal Paroquial da Pastoral Familiar da Região Praia Grande Wanda e Ferdinando, Casal Paroquial da Pastoral Familiar da Região São Vicente.

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4º Simpósio e 6ª Peregrinação Nacional da Família


Na parte da tarde...



Os trabalhos na parte da tarde começaram com uma emocionante apresentação musical do PEMSA –Programa de Educação Musical do Santuário de Aparecida, com diversas obras consagradas da música popular e religiosa nacional e internacional, como "Romaria" e "Panis Angelicus".
 
Pe. Rafael Fornasier avisou que todas as palestras estarão disponíveis nos canais do You Tube: Comissão Nacional de Pastoral Familiar ou Pastoral Familiar Nacional para fácil acesso de todos.


 
2ª pregação
Instrumentum Laboris
Dom Piatek apresentou o instrumento de trabalho do Sínodo, que foi lançado no dia 09 de maio. Ele está dividido em três partes e 116 parágrafos. A primeira parte fala sobre o anúncio do Evangelho para a Família no mundo contemporâneo, a segunda sobre a Pastoral Familiar e seus desafios e o a terceira parte sobre a abertura à vida.
A introdução explica sobre os sínodos que acontecerão sobre a família e como eles vão na linha do sínodo anterior sobre a Nova Evangelização – que passa também, claro, pela família. Relembra o questionário feito em todas as dioceses do ano passado.
1ª PARTE
Na primeira parte o documento começa trazendo a fundamentação teológica sobre o desígnio de Deus sobre o Matrimônio e a Família. Apresenta a beleza do amor humano e o matrimônio monogâmico, heterossexual e indissolúvel. Mostra Jesus que se encarna no seio de uma família, exatamente para santifica-la. Relembra a carta aos Efésios que fala do matrimônio como um grande mistério – reflexo do amor de Deus pela humanidade -- e como um carisma. Depois desta fundamentação bíblica, vem citações de diversos documentos do Magistério da Igreja, especialmente a segunda parte da Gaudium et Spes, em que o casal é chamado a se santificar na vida matrimonial. Cita, ainda, a Humane Vitae, de Paulo VI e todos os documentos e catequeses de João Paulo II, com ênfase especial na Familiaris Consortio.
Na segunda parte, já aparecem os resultados das pesquisas feitas na Igreja de todo mundo pelo matrimônio e da família. As respostas apontam que o conhecimento sobre as bases bíblicas sobre o matrimônio e a família ainda são muito falhos. Pediu-se maior preparação dos padres apara ajudarem na instrução dos fiéis neste sentido. O mesmo acontece com a falta de conhecimento também sobre os documentos da Igreja e o que ela prega sobre o matrimônio e a família. Há muita confusão sobre estas questões entre os próprios batizados: contracepção, fidelidade, virgindade, fecundação artificial, divorcio, homossexualidade, etc. O documento aponta como dificuldades: a secularização, falta de uma experiência de Deus mais profunda, a sociedade ensina uma coisa e a Igreja outra completamente diferente, cultura hedonista, influência da mídia, cultura do descartável, etc...
Na terceira parte, no campo da lei natural, vemos um terreno bastante complicado. É preciso aprofundar a questão da lei natural (que não é simplesmente fazer o que é “espontâneo”). O quarto capítulo da primeira parte é sobre a família e a vocação da pessoa em Jesus Cristo, mas deve se inspirar neste ícone da Santíssima Trindade que é a família de Nazaré. A Igreja precisa acompanhar as famílias cristãs neste momento de crise com uma formação contínua dos leigos.
 
2ª PARTE
A Pastoral Familiar, especialmente, os pastores: bispos, padres, religiosos e leigos engajados, devem se preocupar com questões como a preparação para a recepção do matrimônio em forma de um itinerário que comece desde a Iniciação Cristã e o fomento da espiritualidade conjugal e familiar.
A segunda parte fala do agir à luz da fé que precisa ser resgatada nesta crise que vivemos hoje em que se apresentam desagregação, pobreza, consumismo, vícios, depressão, individualismo, violência, contra-testemunho das pessoas da Igreja, etc. Depois o documento trata de situações pastorais difíceis, como recasados, irregularidades canônicas, famílias monoparentais, etc.
 
3ª PARTE
A abertura à vida e a responsabilidade educacional dos pais para com sua prole é o tema deste terceiro capítulo. Recorda a Humanae Vitae, que não é conhecida mesmo entre os católicos e conclui falando da educação dos filhos, que não pode ser terceirizada. Esta é uma dificuldade especialmente para os jovens casais que, muitas vezes, eles próprios vêm de um geração que não teve orientação adequada. A família que reza, que estuda e que permanece unida a Deus será luz para mundo.


 
Em seguida Dom Antonio Augusto falou sobre a desumanização da sociedade. O Papa Francisco na sua Exortação “A Alegria do Evangelho” disse: “é no contexto no qual vivemos e agimos que o Bom Pastor conhece as suas ovelhas.”. Todos nós somos pastores e ovelhas, mas somos contextualizados. Ou seja, vivemos dentro de uma realidade que deve ser amplamente conhecida. O papa nos exorta a não nos perdermos em “excesso de diagnósticos,” mas nos pede que tenhamos um olhar de discípulo que vê com a luz de Cristo e na sabedoria do Evangelho. Jesus veio restaurar o projeto de Deus que se perdeu por causa do pecado. Veio ao mundo para resgatar nossa própria humanidade. Sim, vivemos um processo de “desumanização”, diz o papa e somente nisso devemos nos concentrar.
Por exemplo, a alegria de viver que é saudável, vem hoje contaminada pelo medo e pelo desespero. Em vez do respeito, vemos a violência verbal e física... Os animais sobrevivem; nós vivemos. Mas o que observa-se hoje é uma lita para sobreviver e acabamos nos esquecendo de viver. O Papa fala que chegamos num tal nível de desumanização que o ser humano virou um objeto. Pensa-se: “Quanto custa ter um filho hoje?” – os filho estão condicionados aos orçamentos...
Devemos, enquanto Igreja, ajudarmos a humanizar o mundo: humanizar a saúde, a educação, ... Para tal, três propostas do nosso trabalho pastoral:
1- Só se pode ser verdadeiramente humano quando não se valoriza o lado material – é preciso moderação e desprendimento. O ser humano não pode ser valorizado por sua produtividade. O mundo de hoje vive a idolatria do dinheiro. Não valemos pelo que nós temos, mas pelo que nós vivemos...
2- É preciso que também nós tenhamos a responsabilidade de criar cultura. A fé cria cultura; do contrário, não é fé. É preciso projetar-se para criar uma cultura humana e que humaniza todos os campos das relações sociais. Não basta ser só teoria: é preciso virar costume. Especialmente a cultura da acolhida, e não da discriminação, da indiferença, da competição, do descarte... não podemos ser só espectadores diante deste cenário.
3- Exaltemos o que é próprio da família, o valor dos vínculos familiares: o único âmbito em que os vínculos não se apagam mais. Um filho sempre será filho, um irmão será sempre um irmão. No processo de desumanização estão querendo esmaecer os vínculos familiares. Precisamos ter cuidado até com os termos que usamos: “companheiro”? Não... é meu marido! “filhote?” Não... é meu filho! Cuidado com essas pequenas coisas que vão entrando sem percebermos. A família é o espeço da pertença e da entrega. Sejamos, então, ovelhas e pastores contextualizados e que saibamos cuidar bem destes três aspectos.


 




 
O simpósio teve ainda os testemunhos de dois casais e o resumo dos trabalhos feito por Dom Petrini. Neste momento, ele pediu que Pe. Rafael Fornasier lesse o Manifesto da 6a Peregrinação (que será divulgado na íntegra, em breve) com uma palavra de repúdio ao fato do governo ter liberado para o SUS o aborto dos casos não-penalizáveis na lei civil atual, com o eufemismo torpe de "interrupção terapêutica da gestação".
 A conclusão foi com a procissão com recitação do terço saindo do Centro de Eventos até o Santuário, onde foi celebrada a Missa das 18h já em intenção à Peregrinação. No domingo, dia 25 de maio, também todas as missas do Santuário serão em ação e graças pelas famílias.