sábado, 26 de novembro de 2011
UM CASAL SANTO NO SÉCULO XX
Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi
Andrea Luna Valim
Você já ouviu falar em Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi? Provavelmente, não. Talvez você nem saiba que exista um casal na Igreja em processo de canonização. Pois é verdade. Luigi e Maria foram o primeiro casal beatificado por João Paulo II e isso aconteceu no dia 21 de outubro de 2001.
Na história da Igreja foi um acontecimento inédito. Um casal do século XX declarado beato, os filhos presentes na cerimônia de beatificação dos pais, dois deles sacerdotes concelebravam com João Paulo II, tudo isso na mesma Igreja onde cem anos atrás os pais deram-se um ao outro em matrimônio.
Estamos falando de Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi, declarados beatos por João Paulo II no dia 21 de outubro de 2001, dia também em que a Igreja celebrou os vinte anos da Exortação Apostólica “Familiaris consortio”, documento que ainda hoje demonstra grande atualidade, pois, além de ilustrar o valor do matrimônio e as tarefas da família, convida a um particular empenho no caminho de santidade ao qual os esposos são chamados devido à graça sacramental, que “não se esgota na celebração do matrimônio, mas acompanha os cônjuges ao longo de toda a existência” (Familiaris consortio, 56).
Na história da Igreja foi um acontecimento inédito. Um casal do século XX declarado beato, os filhos presentes na cerimônia de beatificação dos pais, dois deles sacerdotes concelebravam com João Paulo II, tudo isso na mesma Igreja onde cem anos atrás os pais deram-se um ao outro em matrimônio.
Estamos falando de Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi, declarados beatos por João Paulo II no dia 21 de outubro de 2001, dia também em que a Igreja celebrou os vinte anos da Exortação Apostólica “Familiaris consortio”, documento que ainda hoje demonstra grande atualidade, pois, além de ilustrar o valor do matrimônio e as tarefas da família, convida a um particular empenho no caminho de santidade ao qual os esposos são chamados devido à graça sacramental, que “não se esgota na celebração do matrimônio, mas acompanha os cônjuges ao longo de toda a existência” (Familiaris consortio, 56).
A vida desse casal é um sinal vivo do que afirma o Concílio Vaticano II sobre a vocação de todos os fiéis leigos à santidade, especificando que os cônjuges devem procurar esse objetivo seguindo o seu próprio caminho. Para eles a fidelidade ao Evangelho e a heroicidade das virtudes foram relevadas a partir da sua existência como cônjuges e como pais.
Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi nasceram ambos na Itália, ele na Catânia, no dia 12 de janeiro de 1880, ela em Florença, no dia 24 de junho de 1884. Luigi era um brilhante advogado que culminou sua carreira sendo vice-advogado geral do Estado italiano; Maria Corsini, nascida numa família nobre de Florença era professora e escritora, apaixonada pela música. Trabalhou como enfermeira voluntária da Cruz Vermelha durante a guerra da Etiópia e a Segunda Guerra Mundial. Catequista, era também comprometida com várias associações de caridade, como a Ação Católica Feminina. Os dois se conheceram em Roma e se casaram na Basílica de Santa Maria Maior no dia 25 de novembro de 1905.
Receberam com docilidade a graça matrimonial que os levou a santificar-se apoiando-se um ao outro e acolhendo com alegria os frutos do seu amor: quatro filhos, a quem deram afeto, educação e, de forma especial, um testemunho de fidelidade e generosa caridade. Não eram raras as vezes em que seus filhos os viram acolhendo em casa refugiados da guerra e organizando grupos de “scouts” com jovens dos bairros pobres de Roma durante o pós-guerra.
Dos quatro filhos que tiveram, três seguiram a vida religiosa, Stephania, sua primeira filha, tornou-se monja beneditina e recebeu o nome de Maria Cecília, ambos os filhos sentiram-se chamados ao sacerdócio, Filippo, hoje padre Tarcísio, é padre diocesano de Roma, e Cesare tornou-se monge trapista. Quando Maria estava grávida de sua última filha viveu um tempo de grande prova. Tendo sido acometida por um problema grave de saúde e por uma gravidez complicadíssima, foi aconselhada pelos médicos a abortar para que ao menos sua vida fosse
poupada. A possibilidade de sobrevivência com esse diagnóstico era de 5%, no entanto Maria e Luigi preferiram arriscar e colocaram toda a sua confiança no Senhor. Enrichetta nasceu com saúde e está hoje com 89 anos, estando inclusive presente na cerimônia de beatificação dos pais.
poupada. A possibilidade de sobrevivência com esse diagnóstico era de 5%, no entanto Maria e Luigi preferiram arriscar e colocaram toda a sua confiança no Senhor. Enrichetta nasceu com saúde e está hoje com 89 anos, estando inclusive presente na cerimônia de beatificação dos pais.
Em novembro de 1951, aos 71 anos, Luigi faleceu vítima de uma parada cardíaca. Quatorze anos mais tarde, aos 81 anos, Maria faleceu nos braços de Enrichetta, em sua casa nas montanhas. Em 1993, sua filha mais velha, irmã Maria Cecília, se uniu aos pais.
Lendo sobre a vida desse casal podemos nos questionar por que somente depois de 2000 anos um casal foi beatificado pela Igreja? E por que precisamente este casal foi digno de tão alto reconhecimento?
Com certeza, tudo está relacionado ao mistério dos desígnios de Deus, mas acreditamos que a Igreja viva um tempo de graça especial e que muitos outros casais serão também reconhecidos pela sua santidade de forma pública e universal – já que muitos o são no escondimento do dia-a-dia –, sem necessariamente precisarem esperar tantos séculos por isso.
Com certeza, tudo está relacionado ao mistério dos desígnios de Deus, mas acreditamos que a Igreja viva um tempo de graça especial e que muitos outros casais serão também reconhecidos pela sua santidade de forma pública e universal – já que muitos o são no escondimento do dia-a-dia –, sem necessariamente precisarem esperar tantos séculos por isso.
Ao lermos a homilia de João Paulo II no dia da beatificação compreendemos que o segredo da santidade na vida matrimonial consiste em viver a vida ordinária de forma extraordinária. Luigi e Maria, entre as alegrias e preocupações de uma família normal, que os casais conhecem tão bem, souberam realizar uma existência rica de espiritualidade. Viviam a Eucaristia de forma cotidiana, também a devoção à Virgem Maria quando a família, que era consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, unida, rezava todas as noites o rosário. Nunca faltavam os momentos de lazer e esporte, gostavam de passar as férias nas montanhas e no mar. Sua casa era sempre aberta aos amigos numerosos e àqueles que batiam em sua porta em busca de alimento.
Maria dizia sobre os filhos: “Educamo-os na fé, para que conhecessem e amassem a Deus”. Os mesmos recordam que a vida familiar era marcada pelo sentido do sobrenatural. “Um aspecto que caracteriza nossa vida em família – recorda o filho mais velho – era o clima de normalidade que nossos pais haviam suscitado na busca diária pelos valores transcendentes”. “Nunca havia imaginado que os meus pais seriam proclamados santos pela Igreja, mas posso afirmar com sinceridade que sempre percebi a extraordinária espiritualidade deles. Em casa sempre se respirou um clima sobrenatural, sereno, alegre, não careta.”
João Paulo II diz ainda que “Luigi e Maria viveram, à luz do Evangelho e com grande intensidade humana, o amor conjugal e o serviço à vida. Assumiram com responsabilidade total a tarefa de colaborar com Deus na procriação, dedicando-se generosamente aos filhos a fim de os educar, guiar e orientar na descoberta dos seus desígnios de amor. Deste terreno espiritual tão fértil surgiram vocações para o sacerdócio e para a vida consagrada, que demonstram como o matrimônio e a virgindade, a partir do comum enraizamento no amor esponsal do Senhor, estão intimamente relacionados e se iluminam reciprocamente. Foram cristãos convictos, coerentes e fiéis ao seu próprio batismo; foram pessoas cheias de esperança, que souberam dar o justo significado às realidades terrenas, tendo os olhos e o coração postos sempre na eternidade. Fizeram da sua família uma autêntica igreja doméstica, aberta à vida, à oração, ao testemunho do Evangelho, ao apostolado social, à solidariedade com os pobres, à amizade”.
O testemunho de vida de Luigi e Maria nos confirma que o caminho de santidade percorrido como casal é possível e belo, é caminho de felicidade, mesmo em meio às dores e provações do dia-a-dia. Peçamos ao Senhor a graça de existirem cada vez mais casais que, seduzidos por Cristo e invadidos pelo Espírito Santo, façam transparecer, na santidade da sua vida, toda a beleza do amor conjugal manifestado através do sacramento do matrimônio.
E que cresça de forma generosa o número de casais beatificados e canonizados pela Igreja, para que os casais tenham modelos a seguir e intercessores a quem suplicar.
E que cresça de forma generosa o número de casais beatificados e canonizados pela Igreja, para que os casais tenham modelos a seguir e intercessores a quem suplicar.
Fonte: comunidade Shalom.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Planejamento Natural da Familia II Congresso
Famílias por amor, com amor e para o amor
Congresso mostra que as relações familiares devem ser baseadas no amor.
“Entre 3 bilhões de mulheres, meu marido me escolheu. Isso me fez pensar sobre o projeto de Deus preparado para a minha vida junto com ele”, disse Soraya Carvalho, casada há 7 anos com Alexandre Carvalho e mãe de dois filhos. Organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e Comissão Arquidiocesana de Bioética de Brasília, o II Congresso Nacional de Planejamento Familiar, aconteceu entre os dias 28 e 30 de outubro e reuniu mais de 200 pessoas, na capital federal. Métodos naturais, o amor entre pai e mãe e a educação cristã dos filhos foram os temas discutidos.
A afirmação de Soraya parafrasea uma das palestras mais marcantes do Congresso. Autodomínio: sentido cristão da castidade familiar, foi o assunto tratado pelo médico Valdir Reginatto. “A castidade foi praticamente apagada nos dias de hoje. O que vemos é o crescimento da permissividade. A castidade tem que ser vista como uma atitude positiva, de entrega ao verdadeiro amor”, disse Reginatto, formado pela Universidade de São Paulo (USP).
Além da castidade, o amor traz a dimensão da sensibilidade. Esse foi o tema central da palestra do Pe. Rafael Duran. “Temos medo de sentir, mas Deus só se deixa ver através de sinais sensíveis. O sensível é a maior categoria que podemos resgatar; não só na união conjugal, mas também na vida toda”. Dentro desse contexto, a doutora Elisabeth Kipman abordou a questão do chamado vocacional a paternidade e à maternidade. “Homem e mulher se complementam. Há um apelo íntimo de gerar alguém semelhante. Isso exige a saída do egoísmo para ser possível uma outra vida”, sublinhou.
Sexualidade para amar
Nascida da revolução sexual, nos anos 60, a ideologia de gênero procura desconstruir as identidades masculinas e femininas. Nela se baseiam as feministas que, ao defendê-la “descaracterizam o ser humano biológico e espiritualmente”, declarou a psicóloga Kátia Estevão. Seguindo os ensinamentos da Igreja, a psicóloga explicou sobre sexualidade, que “é a via por onde amamos e por onde passa o nosso relacionamento com as pessoas”. Dessa maneira, se a sexualidade não é vivida na integralidade, como homem como homem e mulher como mulher, corre o risco de cair somente na busca do prazer para saciar carências. Para ela, precisamos da família para amar, pois no lar temos os nossos primeiros e mais profundos relacionamentos.
Esse amor familiar foi testemunhado pelo casal Ketty e Pedro de Rezende, pais de 15 filhos, 8 deles no céu. Em uma sociedade marcada por crises de identidade, Pedro revelou a importância da presença do pai na educação dos filhos. “Os filhos buscam confiança e veem isso no pai. É ele que consegue abrir o vidro de geleia. Filhos que sofrem com a ausência do pai tendem mais à auto-destruição”.
Aprofundamento
Pais de primeira viagem, João Paulo Hollanda e Thaís Soares participaram dos três dias do Congresso e reconhecem a necessidade desses eventos de formação. “A família está sendo atacada pela sociedade, por isso precisamos aprofundar nosso conhecimento”, disse Thaís. “O matrimônio tem que ser precedido por uma preparação mais séria. É nessa preparação que vai se formar a base da família”, complementou João.
Já para o jovem Raí Mariano, de 20 anos, o Congresso trouxe a importância da “experiência do relacionamento com Deus, de onde podemos tirar a luz e a força para os nossos passos cotidianos a caminho da santidade, do céu”.
Dar a vida pela vida
Pai de 8 filhos e avô de treze netos, o doutor Humberto Leal Vieira é um dos expoentes na defesa da vida no Brasil e no mundo. Presidente emérito da Associação Pró-Vida e Pró-Familia e membro vitalício da Pontifícia Academia para a Vida, Humberto - hoje com 73 anos - recebeu homenagens da comissão de bioética e da equipe de planejamento familiar da Arquidiocese. “Foi esse homem que me mostrou que eu não devia mais prescrever pílula anticoncepcional”, contou o obstreta Ubantan Mendes Loureiro. Emocionado Humberto declarou: “Eu recebi, do Papa João Paulo II, a missão de defender a vida. Eu vou fazer isso até o fim”.
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