A realidade atual, marcada por contrastes e mudanças rápidas, modismos, crises de valores e de paradigmas, atinge diretamente a estrutura familiar. As crianças, adolescentes e jovens, neste contexto são os mais vulneráveis. A Igreja doméstica de outrora, em certos ambientes familiares, se perdeu. Os pais estão, em sua maioria, perplexos diante do contexto atual e sem saber como agir frente aos desafios de educar seus filhos e principalmente no tocante a educação da fé. Por isso, “a Igreja os prioriza como um importante desafio para o presente e o futuro” (DNC 187). Na América Latina desde o documento de Medellin, passando por Puebla, Santo Domingo e, ultimamente, Aparecida, a Igreja os tem como prioridade, isso sem falar, nos documentos da CNBB.
Durante um longo período na história, a Igreja investia suas maiores e melhores forças na preparação de crianças e sempre em vista da recepção dos sacramentos, seja da eucaristia, seja da crisma, e, isso, com um cunho meramente doutrinal. Hoje, impõe-se um novo modo de fazer catequese, que leve em conta a colaboração e a participação efetiva dos pais. É urgente uma catequese que envolva toda a família.
Diante dos desafios da realidade cotidiana em que a família está embrenhada, faz-se necessário uma catequese que atinja primeiramente os pais. Ensina-nos o DNC “Não se pode imaginar uma catequese com jovens, adolescentes e crianças sem um trabalho específico com os pais”. A catequese familiar é insubstituível, pelo exemplo, sensibilização e pratica da fé. Mas para chegar a isso, devemos fazer um longo caminho, enquanto isso, o catequista tem uma tarefa ainda mais delicada e urgente, a ser desenvolvida com muito carinho, sensibilidade, dedicação e persistência.
Os genitores devem ser a prioridade no fazer catequético da Igreja de nossos dias, pois, é no seio da família que brota a disponibilidade e a educação para a vivência da religiosidade. “De fato, a catequese familiar precede, acompanha e enriquece todas as outras formas de catequese”(DGC, n. 226; CT, n. 68). É na vida cotidiana da família que os pais, por seu dever que deriva do compromisso cristão e humano de educar para os valores do Evangelho, conduzem “até o ponto em que a própria vida de família se torna itinerário de fé e escola de vida cristã. À medida que os filhos crescem, também o intercâmbio se faz recíproco e, num diálogo catequético deste tipo, cada um recebe e dá alguma coisa” (DGC, n.227).
No contexto atual, o catequista deve prestar muita atenção às famílias, envolvendo-as, cada vez mais, no compromisso catequético e de construção comunitária. A comunidade precisa responsabilizar-se pela tarefa educativa da fé das novas gerações para fortificar-se a si mesma e para que, permanentemente, ela seja renovada e dinamizada; e envolver as famílias para tal é parte inerente da missão do catequista, pois em seu ministério deve ter consciência de ser o elo entre todos os pólos da comunidade cristã.
Pe. Sergio Silva
Setor de Animação Bíblico-Catequético do Regional Sul 3 – RS
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