Semana Nacional da Familia

Semana Nacional da Familia

segunda-feira, 30 de abril de 2012

II SIMPÓSIO NACIONAL DAS FAMÍLIAS (2)

2ª Conferência: “A Família e a Festa”
(Padre José Fernandes de Oliveira, SCJ – Pe. Zezinho)

Nossa Igreja afirma, mas também sabe reconhecer aquilo que ainda está procurando. Somos uma Igreja exclamativa, mas também interrogativa. E assim também a família deve viver. A família que vive entre o prazer e o dever. O dever de amar que, às vezes, dói, e do prazer de amar que, às vezes, é céu. Nossa Igreja não exige que ninguém seja doutor, mas se você sabe ler, ela exige que você seja leitor. Saber ler a si mesmo, ler o mundo em que os seus filhos vivem, ler a Igreja que você quer que seus filhos assumam, a vida... Se não pensarmos como Jesus pensou, não seremos capazes de amar como Jesus amou e nem de “viver como Jesus viveu”...
A presença do pai ou da mãe marca um filho para o bem ou para o mal. lMuitos filhos não são resilientes, ou seja, não são resistentes às pancadas da vida, inquebrantáveis, não. Quem tiver um único bom motivo para ser feliz, porém, pode ser capaz de encontrar a felicidade, ainda que tenha tido na vida muitos outros pequenos motivos para ter esta felicidade destruída. Circunstâncias traumáticas podem tornar você uma pessoa que apenas cumpre seu dever, mas, se você for resiliente, transformará tudo isso em motivos para fortificação no amor e no perdão.
Há famílias “droga” e famílias “antídoto” contra os venenos deste mundo. Assim como há famílias que ensinam maus exemplos, há outras que são capazes de curar. Há famílias de adrenalina, que vivem no estresse, querem tudo agora; há as alucinógenas que vivem egoisticamente alienadas; existem as famílias dependentes, que nunca conseguem tomar seu rumo na vida por si mesmas, mas precisam sempre ter algo injetado de fora, porque não tem resistência interna. Quantas famílias são drogadictas de álcool, de drogas, do consumismo, de certos pregadores... É, tem gente até dependente da religião no pior sentido, num sentido doentio.
Lembremos que o amor é livre! O Vaticano é como se fosse dois braços abertos: acolhe que quer entrar mas também não prende quem quer sair. É um retrato do que é a Igreja: seja-bem vindo, mas se quiser ficar, vai ter que ouvir o que papa diz. Se quiser ficar, assuma as conseqüências do que é ser cristão.
Se cada oferta de prazer maior eu sigo, eu jamais estarei satisfeito. Hoje em dia, troca-se de casamento, de religião com uma facilidade... não entendem que só o dever bem cumprido leva ao prazer, e o prazer bem vivido pressupõe um dever. Somos gente que sobra porque não conseguimos caber-nos em nós mesmos. Não há espaço suficiente para os outros e ainda são espaçosos.
Podemos falar em famílias antídoto, que sabem ser a resposta para o veneno da sociedade. Um deles é o carinho e o prazer de ser pai, de ser mãe, ainda que doa. Sentir prazer apesar de alguns sofrimentos: algumas famílias souberam colocar o travesseiro da ternura para amenizar as pancadas da vida. Baumann, que é ateu, cunhou o termo “líquido” para se referir ao amor, à vida, à família... e essas realidades o são até certo ponto, mas não podem deixar de ter também uma solidez, ou, do contrário, jamais se sustentarão. Daí é que vem a solidariedade, a sociedade só não cai porque há gente forte que a sustenta, segurando os outros, são apoio sólido. Numa família sólida e solidária fala-se sem gritos ou xingamentos, todos podem falar e ser ouvidos, como as colunata do Vaticano. A autoridade não é autoritária. Muitos casais passam por grandes desafios e são capazes de escolher bem, com solidez. Por exemplo, pode não ser um grande prazer ter um filho anencéfalo, mas é dever acolher os filhos que Deus nos der. E todo feto é filho!
Há momentos em que não é um prazer ser família, há sempre a tentação em se buscar o mais fácil. Mas quando somos cristãos, muitas vezes o somos por dever. Jesus não fez festa quando abraçou a cruz... Nos mostrou o “sim, sim” e o "não, não” da vida. Olhemos os mártires que na hora da dor assumiram o dever. Devemos viver sempre no equilíbrio, aprendendo a descobrir o prazer até quando se está fazendo o dever. Fala-se hoje em muitas eras: era romana, cristã, etc... Que era é a nossa? A “era do click”? Da geração “www”? Era visual, midiática, líquida? Era da infidelidade, do marketing, do dever sem prazer e do prazer sem dever?
Vamos ter que nos decidir, é preciso discernir como nunca nos dias de hoje. Desde a Gaudium et Spes a Igreja já previa que comunicação da mentira tentaria com meios ferozes suplantar a Verdade. As famílias católicas são as vozes da Igreja em todos os ambientes. Católicos que sabem do que estão falando. Há uma onda de mau humor varrendo o mundo e onde há mau humor, há mau amor. O mesmo também acontece com as famílias. É preciso devolver o humor, a alegria e o amor. A alegria de fazer sexo, de deitar na mesma cama, de jantar na mesma mesa, de estar junto. Olhemos para a política: parece que não há prazer a não ser em roubar. Nossas Igrejas precisam de bom humor e bom amor.

Há prazer e alegria no “sim” e no “não” da vida quando entendemos a mística de ambos. Não se desperdiça uma família, um filho, um marido, uma esposa. Toda dona de casa sabe disso: se uma tangerina está com um gomo podre, o resto ainda se aproveita. O conteúdo da sua mulher, ah... você não vai achar outra igual. Os contornos não podem valer mais que os conteúdos da pessoa. Queremos ser uma Igreja antídoto e uma família antídoto. Quando vem o mundo a nos dizer “Isto é mais ou menos...” teremos a coragem de dizer: “Isto é... Isto não é..”. Não podemos brincar de “sim e não” de acordo com as vantagens. Somos uma Igreja que afirma o matrimônio, a família, a vida, o ser humano. Somos uma Igreja que não está sitiada entre o prazer e o dever, ela está situada nesta posição. Somos braços abertos, como o Vaticano. Conheça sua Igreja!http://pastoralfamiliarrj.blogspot.com.br/2012/04/trazemos-agora-o-conteudo-da-segunda.html

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